04/09/2016
De Ostuni a Bari, passando por Monopoli e Polignano A Mare
Metade de agosto, pleno verão europeu, uma tonalidade indescritível de azul colore o céu da Puglia, região Centro-Sul da Itália. Desço na estação ferroviária de Ostuni, mas não vejo a cidade. Encontro-a quando ergo a cabeça e fixo o olhar no horizonte, sobre uma colina a 5 ou 6 km de distância. A cidade branca! Não porque viveu sob o domínio dos gregos, mas devido ao tradicional uso da cal nas paredes das casas para dar mais luminosidade e por ser uma material de fácil acessibilidade. Posteriormente, essa tradição que vem desde o período Medieval serviu como defesa contra a peste que assolou a Europa no Séc. XVII. A cidade foi poupada devido à proteção natural da cal que cobria as paredes e muros das casas.
Pego um ônibus que parte da estação e sobe a colina em direção ao centro da cidade. Em poucos minutos encontro-me na Piazza della Libertà, anfitriã da coluna com a estátua de Sant'Oronzo (patrono da cidade), do Palácio da Prefeitura, uma construção em estilo neoclássico de Séc. XIX, e de vários cafés que com suas mesas equipadas de guarda-sóis abrigam alguns turistas que aproveitam para relaxar e tomar algo de fresco protegidos do sol escaldante.
Escolho uma das tantas estradinhas de pedras ladeadas por casas brancas com terraços floridos e lojas de souvenirs que conduzem à parte mais alta da cidade. Subo numa caminhada silenciosa tentando identificar o intenso perfume que exala de alguns terraços. Passo sob alguns arcos que curiosamente unem casas opostas, cruzo becos medievais passando entre lojas de souvenirs, típicos restaurantes e habitações de gente simples e extremamente gentil. Desemboco em um ângulo e descubro a belíssima catedral, conhecida como Concattedrale ou Basilica Minore, em estilo gótico, cuja construção foi iniciada em 1435. Finalmente alcanço a parte mais alta da colina. O panorama é estupendo. Cruzo com o olhar os vários hectares de plantação de oliva e no horizonte vejo o mar, que se confunde com o azul do céu.
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