29/11/2018
Que viagem, que rolé!!! Ir de encontro ao desconhecido, se perder já estando perdido, se achar e não fazer a mínima diferença, pessoas falando os seus idiomas e eu o meu, uma mistura de inglês, espanhol, mímica e dialetos locais, Pentecostes em pleno século 21, e dessa forma consegui tudo o que queria, entendi e fui entendido e consegui trocar amor com tantas pessoas, de tantos lugares diferentes que cruzaram o meu caminho... Deus não me deu assas, mas me deu a capacidade de sonhar, olhe onde meus sonhos me levaram!!! Curioso como precisamos de tão pouco para conseguirmos levar uma vida maravilhosa, sem fronteiras, sem MINHA CASA, MEU CARRO, MEU TRABALHO, MEU PAÍS... Essa estranha mania adquirida por nós de fincarmos bandeiras, estabelecermos o NOSSO local, NOSSAS leis, NOSSAS posses, nos afasta tanto de nós mesmos, nos afasta de nossa liberdade de sermos seres da Terra, essa estranha mania nos prende em nossos próprios conceitos, como jaulas invisíveis, que nos permitem apenas uma rápida escapulida, como um cão, que vai fazer um delicioso xixi com seu dono e volta todo feliz para a SUA casa, SEU local, onde ele já demarcou o SEU território!!!
Desse rolé eu trago dentro da minha bagagem asas, ou melhor, sonhos, bem mais amplos, com menos fronteiras, sonhos que dependem muito menos do que está fora, mas sim do que está aqui, dentro de mim. Trago um lindo livro onde suas páginas estão escritas em cada nuvem que cortei, em cada rua que andei, em cada vila, em cada praia, em cada trilha, em cada bar, em cada encosta que passei, as páginas que mais gosto estão escritas no fundo do mar, ah o mar... agora volto para a MINHA casa, MINHA? Esquece isso!!! Tenho asas, ou melhor, sonhos, para voar!!!
Fábio Guimarães