Viagens psicologicas

Viagens psicologicas o homem é medido pelos seus actos e nao deverá ser pela sua aparência.....™ Tens alguma idea que gostarias de partilhar?eu sou a soluxao...

05/07/2018
06/12/2016

A outra parte de mim......

06/12/2016

BEIJO À SABOR DE LÁGRIMAS

S**o nas águas do Lúrio
Dia lindo! Árvores farfalhavam exibindo flores coloridas numa doce primaveira e os pássaros assaltavam gotas de orvalho em pétalas e sépalas de diferentes espécies de plantas. Um rio vivo e activo duma nascente proporcionava um ambiente turístico ao transformar-se em cascatas e cataratas entre os rochedos das montanhas da aldeia comunal. O som das águas era o silêncio que provocava emoções amorosas nos corações dos casais de namorados que ali namoriscavam. Um raio de sol espreitou pela janela do quarto de Cremilda e erritou-lhe os olhos ao focar-lhe repentinamente enquanto se virava na cama.
- Ja amanheceu! – Gritou Romão batendo a porta do quarto da catorzinha.
Apesar do sono convidar o cançasso das pestanas, Cremilda não feichou os olhos. Na sala, Laura e outros elementos da família Mualucano encontravam-se reunidos em volta da mesa deliciando-se de conversas e do apetitoso mata-bicho que Noémia preparara.
- Vou ao rio lavar – disse Cremilda saindo do quarto com um molho de roupas sujas embrulhadas numa capulana velha e rasgada.
- Tens primeiro que matabichar – sugerio Laura enquanto segurava um copo de água na mão.
- Não tenho fome...
Pelo caminho, cantando adolescência aos passos curtos, uma voz masculina a deixou admirada ao pronunciar o seu nome:
- Cremildinhaaaa... Responda fofa!
- Não tenho tempo para brincadeiras!
- Sou eu Tomé, teu pretendente principal!
- Hãaa! Tomé, os meus olhos apenas vêem voce, para outros estão cegos!
Uma das principais estratégias da Cremilda para se encontrar com Tomé era a invenção da lavagem de roupas ao rio. Sempre que fosse ao rio tomava banho com Tomé como Adão e Eva antes de serem expulsos do paraíso pelo supremo senhor.
Ao chegarem ao rio, Cremilda escolheu uma pedra grande e começou a lavar as roupas enquanto por trás dela, Tomé apreciava as suas bundinhas.
- Tú não nasceste, caíste do céu!
- Tomé, não exagera. Eu sou como qualquer mulher!
- Se fosses como qualquer mulher não terias ancas de viola, seios de pêcego e cabelos de ouro!
- Não me deixe emocionada!
- Não, eu é que fiquei emocionado antes de te conhecer! Dentro do útero da minha mãe eu já pronunciava o nome “Cremilda” mas a minha voz apenas terminava nas paredes do útero.
Cremilda emocionadamente, deixou cair um pingo de lágrimas sobre as roupas. Estava sexualmente excitada com as palavras do rapaz.
- Tomé, vamos tomar um banho!
Lá foram os dois peladinhos tomando banho naquele rio saboroso e límpido. Alí aconteceu acontecimento. União de corpos. Carne com carne. Aconteceu simplesmente: movimentos de vai-e-vem numa copulação duradoura. Se não transpiraram é porque a água do rio caía sobre os seus corpos enquanto acontecia acontecimento. Gaivotas e outros pássaros coloridos aplaudiam aquele momento romântico e assobiavam entre ramos de árvores. Apôs a fadiga provocada pelo trabalho sexualmente árduo, os dois pombinhos puseram-se de repouso numa sombra proporcionada por uma árvore frondosa e com dimensões consideráveis. Tomé, que era um folgazão, não parava de afagar a sua princesa que cada vez mais ficava cheia de ânimo.
Por outra, vigorava na família Mualucano a tradição de casamento. Os pais é que determinavam noivos para as filhas. Cremilda deveria casar com Felisberto, filho de um mineiro de grande patência. Como casar com ele enquanto seu coração borbulhava noutro? Eis a questão. Toda a gente da aldeia tinha conhecimento de que Cremildinha ja estava comprometida mesmo antes de nascer, no tempo em que Felisberto tinha os seus oito anos de existência. Se dependesse de Felisberto, Cremildinha teria sido desvirginada no útero da mãe (a tesão dele pela miudinha era igual ao quadrado da sede sentida num deserto).
No rio, enquanto a roupa que Cremilda lavou secava ao sol, beijos sucessivos rolavam entre o casal e os minutos iam voando a uma velocidade de vento. Mais uma tesão provocada no rapaz que convidou a raparia para água:
- Vamos outra vez ao rio Cremilda!
O acontecimento que aconteceu anteriormente desta vez foi mais duradouro. Os jovens exibiam posições se***is tiradas das revistas eróticas e filmes pornográficos que estavam guardadas nas suas mentes. Aquilo era mesmo uma demonstração de ka*****ra aos diferentes elementos do meio ambiente que ali se encontravam. O som das águas ao cair nas cascatas parecia excitar ainda mais o rapaz que cada vez mais aumentava a potência vai-e-vem da cópula.
- hooo, hãããã,... – gozaram os dois ao mesmo tempo em coro e ficaram novamente com fadiga.

Continua............... até capítulo 17.

Milton Mucopothi in "Beijo à sabor de lágrimas" - Novela.

06/12/2016

Minha reflexão

As vezes não consigo me definir,
Quem sou?
Deprimente, sentado fico a reflectir,
Onde vou?

Fui nascido por alguém,
Mãe que me trouxe à terra!
Aprimorado por outro,
Pai que me trouxe a terra!

Que serei no prospectivo?
Militar do quadro fixo?
Um biólogo, poeta, como o Mia Couto,
Ou quem não conhece satisfação!

Sou dedo dos centinelas moçambicanos,
A unha d´outros africanos,
Juntos contribuímos para a tranquilidade d´Africa,
Especialmente, luto pela minha pátria!

Mas eu sou o que?
Faço o que?
Vivo o que?
Sou feito de o que?

O que acreditar, não sei.
Religião ou ciência? não sei!
Só sei que ocorro,
Em contrapartida, não sei porque ocorro!

Com duvida vivo,
Em poemas me torno activo,
Quero ser como o Mia Couto,
Fazer da vida um novo conto!

Milton Mucopothi in "Os leprosos"

06/12/2016

O CASAMENTO DA MAMÃ LUCIANA

O boi protestou com uma voz ronca como se requeresse ajuda a deus. Era a última palavra que proferia antes de partir em pedaços para a barriga dos convidados.
- Hummm, hummm, hummm
Um líquido encarnado resvalou do seu pescoço e acomodou-se na bacia de barro, por onde a água tranquilizava-se. A bacia fartou-se e o líquido desertava para o chão.
- Benesse, trazer pote para pôr sangue de boi – disse Benjamim com uma voz de trovão.
Benesse, com calcanhares na nuca, correu para dentro e num zás-trás trouxe uma panela de barro tal igual a uma banheira no tamanho. Naquela banheira dormiu o líquido vital esperando a cozedura. Para não secar instantaneamente adicionou-se nele o sal da cozinha em quantidades insignificantes. Os convidados assistiam a vaca a sucumbir mas, a ganância, era de ver a realização do enlace. Todos pretendiam ver os noivos. A emoção danificava corações das testemunhas do casamento da mamã Lúcia. No alpendre os velhos abriam apetite com a cabaça de cabanga feita pela tia Maria que vagueava de mão em mão e petiscavam o sangue da vaca que partiu para o céu. Quando a tia Maria trouxesse o sangue cozido, tinha que ajoelhar ao entregar os velhos, como impunha a tradição. Ivo, que era o filho mais moderno do casal, chorava por um fragmento de osso; era osso de mwalako. Da cozinha, vinha o aroma da feijoada de tripa de vaca que invadia narinas e incitava estômagos desprotegidos de alimento. Naquela manhã não havia outra notícia, o bairro todo comentava sobre o casamento e os djicadores começavam a aproximar-se para inserir a mão onde não lhes competiam. Para não serem dados meia volta da festa matrimonial usavam como arma o canto de elogio aos noivos. Mucopote, quase lhe saía o coração pela boca devido a demora da noiva. Ficara muito tempo parado no altar com o padre e as pernas lhe queixavam. Um raio de suor desceu sobre a sua face e encostou o casaco de cor de luto. Tirou um lenço do bolso, limpou a face, limpou o casaco, ajustou a gravata e num tom de fofoca sussurrou:
- Minha esposa demora, acho que vou-me casar com a estátua da nossa senhora Maria.
Do outro lado da igreja, na casa dos noivos, a noiva vestida de cor de paz maquiava-se para impressionar a sua cara-metade. Pegou no espelho, pintou as sobrancelhas, os lábios e as suas mãos cobriram-se de luvas esbranquiçadas tal como o seu vestido. No final do retoque da maquiagem, dirigiu-se para a igreja. Porque o vestido era longo demais, Adelaide ficou sua guarda-costas ajudando-lhe a suportar aquele traje matrimonial. Chegou o momento esperado por Mucopote: a entrada da noiva. Todos se levantaram e entoaram o cântico de acolhimento. Via-se nos olhos dos noivos desejo de juntarem os lábios. O padre iniciou à celebração matrimonial:
- Viestes aqui para celebrar o vosso matrimónio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis faze-lo?
Mucopote olhou para Lúcia e soltou um pingo de lágrimas por emoção e Lúcia limpou-lhe com as suas mãos enluvadas. Os noivos responderam suavemente:
- É sim!
Continuando com as interrogações, o padre de raça negra avança com as celebrações:
- Voz que seguis o caminho de matrimónio, estais preparado a amar-vos e respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida?
Lúcia lembrou-se de quando conheceu Mucopote, há 20 anos atrás, no momento em que declamava poemas de amor para ela. Olhou para os seus filhos Milton, Benjamim, Adelaide, Benesse e Ivo, e, olhando nos olhos do esposo afirmou que sim tal como Mucopote. A igreja reclamava de espaço para albergar mais gente. Quem chegava tarde não entrava; assistia o enlace da janela, caso houvesse espaço. Depois de os noivos afirmarem positivamente as questões do padre e renunciarem o ruim, os anéis de ouro saltaram de alegria e pediram ao padre para se acomodarem nos dedos dos noivos. “Era o casamento dos dedos dos noivos”. Só se escutava gritos de moral por parte das testemunhas, os djicadores gritavam mais alto para tapar a cara escura que traziam:
- Beija, beija, beija! …
Lúcia soltou um sorriso brilhante que convidou os lábios de Mucopote a se atreverem num beijo permitido. Beijaram-se minutos sem conta até que o padre soltou uma gota de saliva para o chão; estava com doco-doco. Mas como padre casou-se com Maria que morreu há décadas, não pode mais traí-la, jurou ser fiel à igreja e às palavras da vida. No final das celebrações na casa de Deus, chegava a hora de tirar fotografias para não matar aquele dia saboroso. As viaturas puseram-se nas estradas em direcção a barragem dos Pequenos Libombos acompanhados pelo canto das buzinas num pim pim, manifestando também alegria. O sol que raiava arduamente abrilhantava a tarde e criava líquidos sudoriparos na face dos participantes. Como deus está em todos lados, abençoou o casal naquela tarde quente lançando gotas de água que duraram cerca de metade de 40 minutos. Todos ficaram molhados excepto os que se encontravam no interior de viaturas sem carroçaria. O destino das viaturas foi alcançado. Um lugar lindo mais que a sua própria beleza. Flores coloridas acariciadas por joaninhas, plantas perfumantes, ponte alta sobre o rio, brisa soprante sobre a barragem caracterizavam aquele lugar. Os noivos posicionaram-se sobre as flores brilhantes de ver e tiraram fotografias em posições quase incontáveis. Chegou a vez do fotógrafo engolir salivas ao fotografar os noivos aos beijos. Todos tiraram fotografias com os noivos, os djicadores tinham a cara em quase todos postais, pareciam donos da festa. Após o término do momento fotográfico, os noivos e convidados puseram-se nas viaturas e dirigiram-se à casa onde os comes e bebes esperavam. Pelo caminho escutava-se o canto das testemunhas que embelezavam os ouvidos dos que apeavam em várias direcções. Os djicadores sempre com voz mais alta. O carro que transportava os noivos parecia um limosine vindo dos Estados Americanos. Os seus olhos em forma de faróis piscavam ao ritmo das buzinas como lampadinhas enfeitadas em árvores natalícias. Na casa onde a festa estava prevista, as senhoras cozinhavam ao som das músicas de Zaida Chongo. O som do aparelho tocava tanto como o som das colunas da Kaya Kwanga ao transpirarem a música do Mc Róger. Os velhos cantavam canções tradicionais para melhor sentir o sabor da cabanga e sangue do boi. Sentados debaixo da acácia, ao pé do alpendre, aguardavam a chegada dos noivos e aconselhavam os mais novos através das canções que saíam das suas bocas. Tia Rosalina, com o corpo de hipopótamo e a cara pintada de mussiro, preparou uma canção em língua macua para receber os noivos. Era canção de Niassa, cantada pelos velhos de Etatara nos dias importantes.
Os carros dos noivos e testemunhas, com buzinas a reclamar, alcançaram o destino traçado; a casa dos comes e bebes. Tia Rosalina, cantando, saltou das escadas e estendeu capulanas coloridas para os noivos não pisarem no chão. Outras senhoras a imitavam com capulanas que trajavam e os noivos passavam sobre o tapete. A mãe da noiva, Antonieta Mano, não deixou de mostrar a sua dita. Com os dentes incompletos sorriu descontroladamente mostrando os espaços que dificultam o estrangulamento dos ossos e soltou palavra para a neta:
- E você Hermínia, quando é que vais casar?
Hermínia que na altura tinha 13 anos, ficou alguns minutos em silêncio absoluto a pensar na resposta e aliviou-se:
- Depois de sair mwali vou casar.
Sem demora o padrinho dos noivos em frente da mesa de honra tomou da palavra seu instrumento informativo e abriu a cessão de comes:
- Meus irmãos, hoje é dia de felicidade porque estes dois pombinhos resolveram se tornar num único pombo com tamanho de uma avestruz e esta acção serve de exemplo para os seus descendentes…!
No momento em que os padrinhos falavam, os noivos sentiam-se cada vez mais atraídos um pelo outro e abraçavam-se fortemente como se quisessem ficar a sós. Enquanto isso, Benesse reclamava baixinho:
- Estão a falar muito, queremos atacar os pratos!...
O padrinho viu a cara de fome que o Benesse trazia e entendeu que devia dar uma pausa às declarações de elogio aos noivos e ir ao que interessava a maioria dos testemunhas; “comes e bebes” deste modo, deu a palavra ao padre e este sem demora iniciou a bênção:
- Abençoai senhor o alimento que vamos tomar para melhor nos servir e amar!..
- Amem – responderam todos em coro.
Após a bênção do padre, viu-se mãos em diferentes cantos da mesa a seleccionar pratos de preferência individual. Benesse encheu o seu prato como se fosse Bud Spencer e Trinta em filmes de cowboy.
- Bene, você encheu muito teu prato, é feio. Sirva pouco e se não bastar sirva mais. Diminua um pouco para o meu prato – disse Benjamim desapontado.
Benesse, criança que era, rejeitou a opinião do irmão e começou a torturar o alimento em correrias. Comia depressa com medo de que os outros acabassem os produtos sobre a mesa. Tio Arnaldo abriu uma garrafa de cerveja e deleitou-se do líquido embriagador. Os mais velhos preferiam beber cabanga. Enquanto se comia e bebia do aparelho vinha um som calmo produzido pela corneta do Ken G. Após os comes e bebes seguiu-se a abertura da sala ao som da música de André Bucherch. Mucopote mostrou passos da era 60. Antonieta Mano nada sabia de músicas modernas, preferia dançar kwatchala. Dançou-se tanto até que declarou-se a hora de corte do bolo. O bolo era do tamanho do amor dos noivos, grande mais que o infinito. Mucopote cortou uma fatia e colocou na boca da noiva. O mesmo fez a noiva. Benjamim bebeu demais e dormiu na casa de banho. Os noivos despediram-se e foram para o quarto continuar com o casamento em carícias e… enquanto na sala, a festa continuava por parte das testemunhas do enlace matrimonial.

Milton Mucopothi in " Namilili"

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