19/07/2022
Comerciantes abandonam mercados para vender na rua em Tete e Maxixe
O pais
São na verdade parte dos vendedores do mercado de verduras no bairro Canongola, na cidade de Tete, que, no princípio deste ano, receberam um mercado novo, com bancas, sombras e sanitários, construído pela edilidade com o objectivo de dar melhores condições de acondicionamento dos produtos.
Poucos meses depois, homens e mulheres daquele mercado abandonaram as bancas e decidiram colocar os produtos à venda no chão.
Segundo contam, as bancas construídas são impróprias para guardar alimentos, uma vez que parte deles caem ou não cabem nas mesas, por estas serem alegadamente estreitas.
O Conselho Municipal de Tete diz que já dialogou com os vendedores, mas não teve resultados esperados, por isso, agora vai usar a Polícia para garantir que ninguém coloque seus produtos no chão.
Segundo Wide Cadre, do Conselho Municipal de Tete, por várias vezes, a edilidade discutiu com os vendedores a persuadi-los a usar as bancas, mas estes fizeram ouvidos de mercador e desobedeceram às autoridades.
Aliás, Wide reconhece ser este um problema sério e, por isso, diz que a edilidade está a mobilizar os agentes da Polícia Municipal para estarem permanentemente no mercado, de modo a impedir que os vendedores exerçam a actividade na rua ou no chão.
Já na Cidade de Maxixe, em Inhambane, o Conselho Municipal aplicou, em 2019, mais de quatro milhões de Meticais para construir um mercado instalado numa área de dois hectares que, agora, está abandonado.
É que depois da inauguração do mercado que foi construído para retirar os vendedores ambulantes que circulam nas artérias da cidade de Maxixe, nunca mais foi usado e quem devia estar lá já não está.
Três anos depois da conclusão do mercado, a edilidade diz que ainda está a desenhar um plano para a sua utilização e revela que uma das saídas em cima da mesa é a realização de feiras semanais, que poderão atrair, paulatinamente, vendedores até ao mercado.
Aliás, Maria Devesse, vereadora para Área de Mercados no Conselho Municipal da Maxixe, diz que, no diálogo com os vendedores, o grande problema apresentado tem a ver com a falta, naquele mercado, de um terminal de “chapas”, que pode mobilizar passageiros até àquele ponto.
Enquanto isso, no chamado “Mercado do Zimpeto”, também em Maxixe, há gente que diz que prefere vender na rua para garantir o movimento necessário no seu negócio.
Na cidade de Maxixe, o Conselho Municipal diz também que vai usar a Polícia para retirar os vendedores da rua, mas garante que não haverá uso de força durante a sua intervenção.